Sofia e a Educação Sexual sofreu as vicissitudes da época de transição política, vindo a estrear em Outubro de 1974, como “filme proibido pela censura”. O sucesso comercial - entre a sugestão do título, e a euforia do estatuto de espectador - culminaria uma aliciante eficácia, da moral em jogo aos jogos da moral. Também argumentista, Geada encenou o itinerário de revelação, uso e fuga de Sofia - ao confrontar-se, após uma adolescência reprimida, com o requinte social, fútil mas solene, da alta burguesia a que pertence: o cinismo e a hipocrisia em que se desvenda, afinal, um perverso ritual de classe.